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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria


Como já afirmamos no artigo anterior, crer em Jesus é o centro de nossa fé e, por isso, ele possui um desdobramento muito grande dentro da formulação do Credo. Dessa forma, a partir da afirmação “Creio em Jesus Cristo”, nós agora professamos a razão pela qual nós cremos nele e, sobretudo, afirmamos que o homem que nasceu, padeceu, morreu e Ressuscitou, é Jesus, Filho de Deus.
Neste artigo, vamos nos debruçar um pouco sobre os dois pontos seguintes do Credo: “concebido pelo poder do Espírito Santo e “nasceu da Virgem Maria”. É o mistério da Encarnação, o cumprimento da promessa: o “Verbo tornou-se carne e armou a sua tenda entre nós”(Jo 1, 14a). Nosso Senhor nasceu, isto é, Nossa Senhora, a Virgem Maria, foi na realidade sua Mãe. O seu corpo nasceu do dela, assim como qualquer ser humano nasce de sua mãe.
Quando dizemos “Virgem Maria”, dizemos como que uma só palavra, contudo estamos dizendo três coisas separadas: que Maria era ainda virgem quando Nosso Senhor foi concebido. Ela não havia conhecido homem algum (cfLc 1,34) para chegar à maternidade. O Espírito a cobriu com sua sombra (cfLc 1, 35). Nosso Senhor não teve pai humano, é Filho de Deus; a segunda é que continuou quando Jesus nasceu. O nascimento de Jesus não lhe custou dor alguma e não deixou qualquer vestígio; a terceira, como já esperávamos, permaneceu virgem durante toda a vida.
Partindo do princípio de que Jesus era quem era, seria de supor que Ele viesse ao mundo de algum modo sobrenatural. Deus queria dar-nos um presente, o presente mais valioso que jamais alguém deu, fosse a quem fosse. E é natural que esperássemos que este presente viesse envolvido num mistério sobrenatural, anjos cantando no céu, fenômenos com as estrelas do firmamento, a ponto de perturbar três astrônomos da Caldéia. Tudo isto é absolutamente claro, e certamente não há ninguém que não consiga compreender esta parte do Credo, a não ser que negue a possibilidade de haver milagres.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor


O segundo artigo do Credo é o centro da fé cristã. O Deus confessado no primeiro artigo é o Pai de Jesus, Ungido pelo Espírito Santo como Salvador do mundo.
Sendo centro de nossa fé, este segundo artigo se desdobra nos quatro artigos seguintes: nasceu, padeceu, morreu e ressuscitou. Isso que dizer que a fé cristã confessa que Jesus, um homem que nasceu e morreu crucificado no começo de nossa era, é o Cristo, o Messias, o Ungido de Deus, centro de toda a história. Esse Jesus é o definitivo do ser humano e a manifestação plena de Deus.
Cremos em Jesus porque ele nos permite conhecer Deus em verdade e graça. O que devemos fazer é falar de Deus a partir de Jesus, descobrindo nele também a progressiva revelação que o povo de Israel viveu. Por isso ele é o Cristo, o Messias, o Ungido anunciado, profetizado, aguardado. Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder (cf. At 10, 38), aquele que deveria vir (cf. Lc 7, 19), o objeto de esperança de Israel e que levaria a Boa Nova aos pobres e inauguraria o Ano da Graça em Israel (cf. Is 61, 1-2).
Igualmente é também Filho de Deus, o primogênito e unigênito, o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós. Isso significa que Ele e o Pai são uma coisa só, existe entre eles uma relação única e eterna: Ele é Filho e o próprio Deus. Crer nisso é necessário para ser cristão.
Jesus é também Senhor de todo o universo. Essa afirmação designa a soberania divina, é crer em sua divindade. Igualmente, representa nossa pertença a Ele. Pertencemos a Ele quais ovelhas ao pastor. A maior indicação disso é que, pelo batismo, fomos assinalados, marcados com o sinal desta pertença: o sinal da cruz. Se ele é nosso Senhor, cabe a nós, portanto, seguir os Seus passos e ouvir a Sua voz que nos guia, para que nós, crituras problemáticas que somos, entremos com Ele, que é “novo céu e nova terra”, na vida íntima do amor divino. Creiamos nisso!

Continua...