Como
dissemos anteriormente no último artigo, a fé é um dom que nós recebemos da
Igreja, que a professa e a transmite. Ao mesmo tempo, é um ato livre que
testemunhamos com gratidão, pronunciando-a com consciência e empenho na assembleia
que celebra a Eucaristia dominical. Ela é resposta à revelação de Deus e por
isso é sempre dom. Ela nasce do espanto diante de Deus que se revela e se
entrega. É a nossa resposta mais adequada. Por isso a fé é intimamente ligada
ao amor, pois só se acredita em Deus precisamente porque se ama. E ama-se
porque descobrimos sermos amados por ele. E aquele que vive o mandamento do
amor na comunidade, crê como comunidade e na comunidade cristã que nos
transmitiu a fé. Ao mesmo tempo se crê individualmente, sem possibilidade de se
delegar, na medida em que a fé é uma escolha livre e voluntária. E fazemos isso
por meio do Símbolo, a oração de nossa
fé: o Credo.
A fórmula do Credo é a expressão fundamental da fé em que acreditamos, mas pressupõe, por
sua vez, a fé com a qual acreditamos.
São frases, fórmulas que têm a função de imagens, símbolos verbais e audíveis
que remetem para Deus uno e trino, invisível, mas próximo.
Essa fé nós a expressamos não só professando-a, mas
também celebrando-a nos sacramentos, uma vez que sem eles nossa profissão de fé
não seria eficaz, pois faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos;
vivendo-a em nossa comunidade paroquial, por meio do amor de Cristo que enche
nossos corações e também rezando-a, pois devemos lembrar de Deus e de suas
maravilhas, da mesma forma como nos lembramos de respirar. E o Credo nos
proporciona isso.
Esta oração, o Credo, é o nosso selo espiritual, o
Símbolo, aquilo que nos une, é a meditação do nosso coração e a sentinela
sempre presente: é, sem dúvida, o tesouro de nossa alma e a porta de entrada
para a intimidade com Deus que Se nos revela e que a Igreja nos transmite, não
por opiniões humanas, mas pela revelação do próprio Deus nas Sagradas
Escrituras.
Continua...
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