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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso

O Símbolo nos ensina a crer em quem ressuscitou o terceiro dia, subiu aos céus e está sentado à direita do Pai. A Ascensão é a “volta ao Pai (cf. Jo 13,1; 14,28; 16,28), onde Jesus, “sentado a sua direita”, começa uma existência nova em plenitude de vida e de poder. Cristo, antes de vir ao mundo estava junto a Deus Pai como Filho, Palavra, Sabedoria. Sua exaltação consistiu, pois, no retorno ao mundo celestial, de onde veio, revestindo-se de novo da “glória que possuía desde antes da criação do mundo” (Jo 6, 33-58).
            Paulo resume a fé da Igreja dizendo que “Cristo morreu, mais ainda, ressuscitou e está sentado à direita de Deus” (Rm 8,34). De fato, Cristo está à direita de Deus Pai pela eficácia de sua força poderosa. Dessa forma, afirmar que o Ressuscitado está à direita de Deus é recorrer, obviamente, a uma imagem para exprimir a elevação inaudita da natureza humana que passa a participar da majestade paternal. O “à direita” manifesta a honra que lhe é dada, e o mesmo se passa com a imagem do estar sentado. Estêvão, ao morrer, vê “o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus”, no que se manifesta que o glorificado está pronto para a ação, como se se preparasse a tomar junto de si aquele que foi lapidado. Assim, pode-se dizer que o Filho do Homem, chegado ao seu pleno cumprimento, continua a agir na história do mundo até que tudo tenha crescido até àquele que é a Cabeça, o Cristo (Ef 4,15). Desta maneira continua sempre válida a expressão do Jesus terrestre ao dizer que faz o que vê o Pai fazer (Jo 5,19s). Na vida eterna, repouso e atividade coincidem: só assim é vida verdadeira.

            O que subiu aos céus partilha a autoridade do “Todo-poderoso”, pois o Pai “entregou ao Filho o poder de tudo julgar, para que todos honrem o Filho como honram o Pai” (Jo 5,23). Que poder poderia ser maior do que julgar o que é mais íntimo, mais secreto em cada homem, e de lhe atribuir o seu correspondente destino eterno? E ainda: Até que ponto a vontade pecadora pode opor-se à graça de Deus? Deste juízo, cujo processo não podemos dizer antecipadamente, trata o próximo artigo da nossa confissão de fé.

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