Este artigo da fé possui íntima
ligação com a doutrina do Espírito Santo, isso porque foi o próprio Cristo
Ressuscitado quem, no dia da Páscoa, disse aos Apóstolos: “Recebei o Espírito
Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes,
lhes serão retidos” (Jo 20,22b-23). Isso nos certifica que é pelo dom do
Espírito Santo que os Apóstolos receber o poder de perdoar os pecados, em nome
de Jesus Cristo.
Todavia, o Catecismo afirma que o
primeiro grande sacramento do perdão é o batismo: “O batismo é o primeiro e
principal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo, morto
pelos nossos pecados e ressuscitado para a nossa justificação, para que, como
diz São Paulo ‘nós também vivamos uma vida nova’ (cf. Rm 6,4)”.
Jesus sabia que o ser humano, mesmo
depois de ter recebido o batismo, voltaria a pecar, pois conhecia suas
fraquezas e limitações. Por isso deixou para a Igreja este poder: o de perdoar
as faltas a todos os penitentes até o último instante da vida.
É um pouco difícil compreender como um homem pode perdoar os
pecados, mas Jesus confere este poder. A Igreja é a fiel depositária deste poder de
abrir ou fechar ao perdão. Na sua misericórdia, Deus perdoa cada homem,
mas Ele mesmo quis que quantos pertencem a Cristo e à Igreja recebam o perdão
mediante os ministros da Comunidade. Através do ministério apostólico, a
misericórdia de Deus nos alcança, nossas culpas são perdoadas e nos é conferida
a alegria. A Igreja não é senhora do perdão, mas é serva do ministério da misericórdia
e rejubila todas as vezes que pode oferecer este dom divino.
Talvez muitas pessoas não compreendam a
dimensão eclesial do perdão, porque predominam sempre o individualismo e o
subjetivismo. Sem dúvida, Deus perdoa cada pecador arrependido, pessoalmente,
mas o cristão está unido a Cristo, e Cristo à Igreja.
Quando
nós afirmamos crer na remissão dos pecados, queremos dizer que nos colocamos em
sintonia com a Igreja que nos apresenta os sacramentos do Batismo, da
Penitência e a Unção dos Enfermos, para os enfermos que não podem se confessar
mas estão perfeitamente arrependidos.
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